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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A pequena sereia (parte 4)


é o quarto em que eu fiquei

    - Eu estou indo até aí, com os exércitos de Hayoa, e você vai voltar para cá para o mar, escutou bem, mocinha? - Essa era a minha mãe, ela estava vindo à superfície para exterminar o meu namorado e me levar de volta para o fundo do mar, onde eu ficaria de castigo para sempre, eu só conseguia pensar em exércitos e exércitos de caras com pernas saindo do fundo do mar para um ataque, fiquei tão apavorada que nem prestei mais atenção ao que mamãe estava dizendo, até que começou a berrar - Allison! Fique longe de Hayoa, está me ouvindo??? Fique longe! AAAAH!!!!
   - mãe? Mãe?? MÃE???
   Eu gritava mãe, mas ela não respondia, eu enfim, só ouvia a mesma coisa que os humanos ouvem com essa concha na orelha, alguns ruídos similares a ondas do mar se espatifando em pedras. Eu olhei apavorada para o Linguado, ele me olhou mais apavorado ainda:
   -A-Allison... O que aconteceu?
   - Eu... Eu sei lá. A mamãe tava brigando comigo e dizendo que ia vir com o exército de Hayoa à superfície, e de repente, ela começou a berrar me mandando não ir para o mar de jeito nenhum e depois ela berrou bem alto e aí, eu acho que perdi o sinal.
   Eu fui na direção dele, coloquei a mão dentro do aquário, ele abraçou com força o meu indicador, e eu tenho que admitir que também estava com muito medo, mas percebi que já estava escurecendo e Dannyson (não me acostumo com esse nome, ô coisa infeliz viu?) entrou no meu quarto e veio me chamar para o luau, à essa altura eu ainda estava com uma camisola que eu encontrei em cima da cama dobrada próxima ao travesseiro, ele me disse para pôr rápido o bikini e encontrá-lo na porta da frente, eu fui tirando a minha mão do aquário bem devagar, tirei a camisola, e pus o bikini que havíamos comprado aquela tarde, depois, como pedido, eu o encontrei na porta da frente, fui conduzida até um carro conversível vermelho, me sentei no banco da frente ao lado do volante, quando ele foi se sentar para dirigir, ficou olhando para a minha cara
   - Que foi? - Perguntou numa voz meio confusa, ele pareceu ter notado minha expressão ainda muito preocupada
   - Minha mãe ligou daquela concha no quarto de hóspedes, disse que viria e acabaria com a superfície, depois me levaria de volta para Hayoa, mas de repente ela começou a berrar para eu não ir para lá e depois desligou, do nada!
   - Olha, eu acho que é um truque para você voltar para Hayoa, minha mãe já fez uma coisa assim para eu ir no castelo, e quando eu voltei ela me prendeu no quarto de castigo por duas semanas sem fazer NADA, e minhas refeições eram apenas arroz com frango SEM SAL. Se você ignorar, ela logo vai lhe ligar pra bater um "papo-cabeça"
   - Tudo bem, mas... E se não for fingimento? Talvez alguma coisa esteja realmente ameaçando Hayoa, se estiver atrás de mim eu não sei o que eu vou fazer
   - Allison, se você precisar de uma forcinha, para qualquer coisa, você pode contar comigo
   Eu abracei o braço dele e a gente foi para o luau, a noite tava geladinha e o vento tava batendo na minha cara, o que me relaxava bastante, eu me sentia tranqüila, a estrada estava vazia e as palmeiras eram mais bonitas ainda na superfície, quando chegamos à praia, encontramos aquele tal de "luau", uma galera me deu uns colares de flor, e eu pus no pescoço, foi muito divertido, comi uns doces da superfície, uns bolinhos de peixe e outras coisas, depois sentamos perto de uma fogueira e eu fiquei abraçada ao Dannyson (Ô nomezinho infeliz...) o tempo todo, na verdade, eu estava no colo dele e ele estava me segurando, eu tenho que admitir que ainda estava extremamente preocupada com a minha mãe, apesar de todos estarem conversando descontraídamente e eu ter adorado conhecer todos, a Beffy era meio estranha, um pouco gordinha, rúiva, usava óculos e estava com umas trancinhas, o Bob era loiro com olhos esverdeados, e a Daynna era negra com o cabelo preto, ondulado e olhos castanho claro, ela estava comentando o quanto estava adorando assar marshmallows com a galera, a Beffy então disse levantando seu graveto: 
   -AO MARSHMALLOW! 
   Foi quando eu vi uma garota de cabelo preto, liso, um bikini verde musgo e um anel com cristal vermelho mega-chamativo
   - Socorro! Socorro!!- Berrou
   - E aí?- Perguntou Dannyson me soltando e levantando para paquerar ela, eu obviamente caí no chão já que a gravidade na superfície parece bem maior
   - Tem uma lula GIGANTE do outro lado da praia, ela devorou os meus amigos, mas eu consegui escapar
   - Ai não...- falei - Hayoa.
   Eu corri para o mar e ninguém estava nem aí, eu acho, mergulhei em direção à Hayoa, mas quando estava prestes à enfiar minha cabeça na água, a tal lula gigante saiu da água, ele devia ser maior que o castelo, ele me agarrou com um de seus tentáculos e ficou me encarando, parecia esperar algum tipo de comando
   - Isso... ISSO! - Berrou a garota de cabelo preto - Agora, criatura querida, ESMAGUE A CRIANÇA!!!!!
   "Criança? Como assim 'criança'? Eu já havia ouvido isso... Mas onde? 'venha comigo, criança! Tenho o lugar perfeito para você' Ela é a garota sinistra!!!" Pensei
   - Dannyson! Me ajuda! Acerta esse polvo com as tochas do luau!!
   - Eu não, gata, tô fora!
   Ele entrou no carro com o resto da galera e saiu da praia "Beleza, Allison, agora é com você!" Ou era o que eu pensava, a criatura me puxou para baixo da água, eu parei o meu coração humano e iniciei o de peixe,  mas na mesma hora, fechei os olhos, fiquei muito tempo ali, de olhos fechados, sendo puxada com força em várias direções, e quando abri os meus olhos estava sendo jogada numa jaula dentro do covil do mal da garota de cabelo preto que me deu pernas, dentro dessa jaula estavam a minha mãe, o meu pai, e a galera do exército, antes que a porta se fechasse eu tentei tomar velocidade para conseguir escapar, mas não deu certo, a porta bateu na minha cara, eu segurei as barras de coral e comecei a me balançar, berrar e gritar, mesmo sabendo que não adiantaria, foi quando a garota ultra sinistra desceu da superfície e suas pernas foram envolvidas por uma água negra e viraram uma cauda de novo, ela estava muito longe das jaulas e nem passou o olho por nós, quando percebi que a chave das jaulas estava presa num gancho próximo à elas
   - Galera! - Falei me virando para todo mundo atrás de mim - A chave está naquele gancho ali, eu não sei exatamente o que fazer, se o Linguado estivesse aqui ele até poderia sair e pegar para nós mas ele não está, precisamos de idéias!
    - A gente podia... Tentar movê-la fazendo força na água para trazê-la - Disse um cara na multidão
    - Não. Outra idéia.
   - Hm... Eu podia... tentar passar pelas aberturas da jaula e pegar, eu sou bem magrinha - Essa era uma garota com o uniforme do exército de Hayoa
   -Beleza, VAI! - Ela tentou passar, mas a cauda era muito grossa, ela não conseguia passar - Deixa EU tentar
   Ela saiu do caminho e eu passei ´pela abertura, se eu ainda estivesse com a minha cauda eu não passaria, mas agora que a gordura de tanto petisco de salmão e bacalhau frito estava dividida em duas pernas, eu passei direitinho, peguei a chave e destranquei a galera, quando já estava saindo, ouvi alguém aplaudindo lentamente e bem alto, todos fugiram e só fiquei eu e a garota maluca e sinistra levemente desequilibrada, que por acaso era quem estava aplaudindo, todos olharam para trás, mas ela fechou todas as portas e janelas apenas levantando a mão e fechando-a, ela pegou um tridente transparente com uma parada vermelha dentro (aposto que era sangue), e atirou em mim, mas eu desviei e depois tentou jogar um crânio gigante de rubi em cima de mim, mas eu nadei rápido o suficiente para desviar de novo, estava ficando cansativo, as pernas não favoreciam o meu nado, eu estava em tremenda desvantagem, ela atirava em mim com aquele tridente e eu simplesmente colocava um espelho na minha frente e o raio vermelho ia na direção dela, mas ela sempre desviava com muito mais facilidade que eu, que já estava exausta, agora eu entendia porque os humanos não viviam na água também, quando ela fez uma corda me amarrar com força da cintura para cima
   - Fique aí. como se tivesse escolha!
   Depois ela soltou uma risada maligna e saiu da sala, minhas pernas estavam dormentes, eu estava exausta, mas aí tive uma idéia assim que vi um machado na mão de uma estátua humana no canto superior da sala dela, eu enchi minha bexiga natatória até chegar ao machado, peguei ele com a boca e soltei para segurá-lo com os  joelhos, então cortei as cordas e peguei o tridente dela, esperei ela voltar para a sala e atirei nela, nem sei como fiz aquilo funcionar, mas fiz, infelizmente ela desviou, mas eu consegui encurralá-la atirando numa pilastra próxima à porta que caiu bem em cima dela e quase a esmagou, ela ficou apavorada, eu via o terror nos olhos dela
   - Só vou exigir uma coisa - Falei calmamente enquanto soltava completamente o ar da minha bexiga, ficando mais ou menos na altura que ela estava - Devolva a minha cauda e suma da minha vida
   - Jamais! - Eu mirei o tridente na cara dela e ele ficou vermelho neon - TUDO BEM!! - Berrou - Venha até mim, criança - Eu fui devagar até ela, ainda apontando o tridente pera ela, ela lançou um raio negro na minha direção e minhas pernas viraram uma cauda de novo - Devolva-me meu tridente
   - Peraí, devolve minha habilidade de cantar
   Ela lançou outro raio na minha direção e eu vi a fumaça rosa entrar de novo na minha boca
   - EU ORDENO QUE ME DEVOLVA O MEU TRIDENTE!!! - Ela levantou as mãos e removeu a pilastra de cima dela e tentou jogá-la em mim, depois começou a jogar machados de estátuas, pedaços enormes de coral e outras coisas em mim, e quando finalmente parou e soltou um berro, provavelmente de muito ódio, eu a incinerei com o tridente, as janelas se abriram na hora, e todos me olharam, eu levantei tridente, vitoriosa. A galera me levantou e me levou de volta até Hayoa
   - Mamãe, foi mal, eu fugi porque tava com muita raiva, mas prometo que isso não vai se repetir - Falei quando finalmente consegui privacidade no meu quarto
   - Não, Alli, me desculpe você, eu não devia ter doado suas coisas que você conseguiu com tanto esforço, e eu realmente as achei fascinantes, e agora, por causa da MINHA intolerância, você perdeu o Linguado, e metade de tantas coisas bonitas que tinha
   - É... O Linguado vai fazer falta...
   - Alli!! Alli! - Era o Linguado! Mas como ele tinha chegado à Hayoa? Ele não havia ficado no aquário? Eu dei um abraço apertado nele e depois perguntei:
   - Como você chegou aqui??
   - É uma história engraçada, assim que você saiu, eu fingi de morto e acabei sendo jogado pela privada, nadei até aqui por muito tempo, minhas barbatanas estão dormentes, mas eu queria saber se tava todo mundo bem, fui perseguido por um tubarão martelo, depois montei num cavalo marinho até chegar aqui
    Eu continuei abraçando ele, estava tão feliz que nem conseguia pensar que a três horas eu estava sendo atacada por uma lula gigante.
   Pois é, o sol já havia nascido, eram umas oito da manhã, eu me sentei numa pedra na superfície, e esperei encontrar o Dannyson, pois foi o que aconteceu, eu o encontrei mergulhando ali perto, ele olhou para mim e sorriu, não sei por que! Eu estava com raiva e só queria dar a ele um recado: Ele me magoou e tem sorte de eu não ser vingativa como a mamãe para afogá-lo, mas ele veio feliz na minha direção
   - Allison! Achei que não lhe veria mais! Eu não acredito que você sobreviveu
   - Não graças à você
   - Que foi, Alli? Não está feliz em me ver?
   - O que você acha?
   - Acho que não, mas... Por que?
   - Por que será? "Oh! Alli! Vou te dar uma força com o que você precisar" e quando eu corro risco de vida "tô fora, gata!" e sem falar que você começou a paquerar a garota que tentou me matar! COMO ESPERA QUE EU NÃO FIQUE COM RAIVA?
   - Então é por isso que você está chateada?
   - Eu não estou chateada, Dannyson
   - Que bom porque eu...
   - EU ESTOU COM ÓDIO!!
   -Mas o que?
   - Eu estou terminando com você! Se é que já não estava óbvio o suficiente!
   - Peraí, você não pode terminar comigo! Eu sou Dannyson! E sou famoso!!!
   - Pois dá uma olhada em mim terminando com o famoso!
   Ele socou a minha cara de modo que eu caí na água, mas isso só serviu para me deixar com muita raiva! eu soquei de volta a cara dele e ainda dei um caldo até ele perder a consciência, assim voltei à superfície e coloquei ele em cima de uma pedra pequena, e se ele se machucasse eu diria algo do tipo: Que se lasque! Eu queria mais é que ele fosse devorado!




               PORQUE EU ACHO QUE SÓ ASSIM PARA EU VIVER FELIZ PARA SEMPRE!

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