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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CHAPEUZINHO VERMELHO PARTE 2

 
     Aquele animal gigante pulou sobre mim e tentou me atacar, eu estava em pânico, mas não sei como fiz o que fiz, acho que apenas usei o instinto de sobrevivência feminino, eu nem pensava! eu só agi!!! Mas deitei no chão e comecei a rolar embaixo dele enquanto ele pulava, depois, por trás, subi nas costas dele, retirei o meu cinto cor de rosa com estampa de caveiras e apertei o pescoço dele a fim de privá-lo da respiração até ficar quieto, ele se debatia, rolava no chão e tentava respirar, eu sentia MUITA pena dele, eu normalmente amo muito todos os animais, porém, aqueles tempos eram críticos! Eu já havia lutado e me machucado tanto para sobreviver aos zumbis e iria morrer devorada por um lobo? Que tipo de sobrevivente eu sou, afinal? Quando o lobo finalmente se acalmou, deitou no chão, eu percebi que ele iria morrer se eu continuasse apertando tanto, e eu não queria matá-lo, fui folgando lentamente o cinto, se ele tentasse algo agressivo, provavelmente o enforcaria de novo, mas então ele começou a respirar baixo e ganir e eu morri de pena "mudança de planos" pensei "Eu solto ele de vez e depois saio correndo", então soltei o pescoço dele e quando fiz isso, antes que eu pudesse me levantar, ele virou a cabeça e lambeu minhas mãos, eu não entendi direito aquele momento esquisito, saí das costas dele e ele se virou para mim, depois abaixou a cabeça, como se estivesse se curvando ou algo do tipo, sei lá, nessa hora eu meio que fiquei estranha, não sabia o que fazer, então abracei ele, percebi que ele tinha uma coleira, mas era muito velha, quase não dava para ler direito, mas mesmo assim, eu li em voz alta com um pouco de dificuldade:
depois de lavar fica certinha olha ^
   - Max... É esse o seu nome? - Ele me deu a pata, como se quisesse me dar um aperto de mão amigável, eu segurei a pata dele - Me chame de doida, mas está começando a parecer que você entende o que eu digo - Eu não entendia direito o que aquele cachorro, ou lobo fazia, mas ele se abaixou e eu saquei que era para eu subir nas costas dele, eu subi e falei - Eu estou indo para a casa da minha avó, mas eu simplesmente não acho que você entenda realmente o que eu digo, você entende o que eu digo? - Ele olhou para mim, levantando a cabeça e ficando de cabeça para baixo para mim, como se fosse uma resposta positiva à minha pergunta.
   Na hora eu tomei um pequeno susto mas logo comecei a indicar o caminho da casa da minha avó à ele, passamos boa parte da noite caminhando, mas lá pelas oito eu resolvi parar, estávamos muito cansados, principalmente ele, eu peguei uma lanterna na minha mochila, e comecei a vasculhar, montei minha barraca de acampamento, bem grande, bonita, e com cadeado para que ninguém possa entrar, pus os óculos de visão noturna, e deitei, mas depois notei que o Max não tinha entrado
   - Max, vem, vamos dormir, você andou o dia todo! - Ele ganiu e ficou olhando para a escuridão na frente da barraca, como se fosse um cão de guarda - Max! Não pode virar a noite, temos um dia longo e cansativo amanhã - Mas ele continuou lá, parado - Quando quiser entrar é só latir ok?
essa na barraca sou eu, é que eu tava com um gorro preto
   Eu entrei de volta na barraca e dormi, depois de uma boa noite de sono, eu destranquei a barraca e fui ver o Max, ele havia ficado a noite toda lá, guardando a minha barraca, ele estava deitado, mas ainda com os olhos abertos, então eu resolvi não caminhar nas costas dele naquele dia, já estávamos bem perto da casa da minha avó, apenas comecei a andar e mandei ele me seguir, eu finalmente podia me sentir segura, livre dos zumbis, já podia sentir o gosto dos bolinhos de canela que ela fazia para mim aos 4 anos, já podia ouvir o som do violino que ela tocava para eu dormir aos 10 anos, e já podia até sentir o cobertor elétrico quentinho que eu usava enquanto comia uns cookies que ela sempre fazia para mim. Cheguei com o Max na casa dela, bati na porta, mas ninguém atendeu, então eu resolvi entrar, a vovó não disse nada, eu olhei para o sofá, de costas para mim, perto da lareira, imaginei que ela estivesse dormindo, então corri até ela para dar um abraço, mas a julgar pela aparência, eu diria que ela já estava morta há mais ou menos um mês e pouco, ela estava super bizarra, não parecia mais a minha avó, eu segurei a mão dela e comecei a chorar, senti um aperto extremamente forte em meu peito, sentei ao lado dela e continuei chorando estericamente, com Max pondo as duas patinhas da frente na parte de trás do sofá e cheirando minha avó, ela realmente fedia, mas eu não ligava para seu odor apodrecido, depois eu levantei, e ainda segurando a mão dela, decidi que teria de enterrá-la alguma hora, só não sabia se teria força emocional para isso, eu estava com os olhos fechados quando senti ela apertando a minha mão, abri os olhos e vi ela lá, com os olhos abertos, por um segundo senti aquela sensação boa de quando algo maravilhoso acontece por milagre, meu coração acelerou, e eu quase formei um sorriso iluminado no meu rosto, mas percebi o por que de ela ter aberto os olhos quando ela começou a gemer e tentar morder o meu braço: A minha avó havia virado um zumbi! Retirei rapidamente a minha mão da dela e saí correndo da casa dela, o Max estava me seguindo, eu cheguei no meio da floresta de novo, quando me bati em alguma coisa, na hora eu não vi, mas depois que enxuguei os meus olhos repletos de lágrimas, vi que era uma tia com um machado na mão, ela provavelmente também estava tentando passar despercebida pela floresta para ir para algum lugar, a tia devia ter uns quarenta anos e pouco
   - O que aconteceu??
   - Tem um zumbi naquela casa, mas...
   - Um zumbi? - Perguntou levantando o machado e olhando para o chalé da minha avó, não dava para ver o braço dela por causa da manga colada do casaco rosa
   - Não! Não mate ela! É a minha avó.
   - Olha, menina - Ela se abaixou e pôs a mão no meu ombro - Ela infelizmente não é mais a sua avó, ela se tornou um monstro, acredite, há dez anos, a minha melhor amiga virou um zumbi, eu não consegui matar ela, não tinha forças emocionais suficientes para isso, e ela mordeu o meu braço, no desespero para não virar um zumbi - Ela levantou a manga do casaco, o braço dela era um braço mecânico (O.O) - Eu decepei meu próprio braço, depois de costurá-lo sozinha, decidi que jamais sobreviveria a esse apocalipse se não pudesse usar o meu braço direito, então, pus um braço mecânico no lugar do braço decepado, mas, se vai ou não detê-la, é uma opção sua
   Ela me entregou o machado, olhei para o Max, olhei para ela, peguei o machado e fui na direção da vovó, que a essa altura, já tinha saido da casa e rastejava rapidamente na minha direção, enquanto ela vinha ferozmente contra mim, eu levantava o machado, e enquanto cortava sua cabeça fora, berrei:
   - Vovó!!! Me desculpa!!
   Eu larguei o machado e comecei a chorar estericamente
   - Olha - Disse a titia - Se quiser eu posso lhe levar para casa.
   - Eu não posso ir para casa... Os meus pais também foram contaminados. Eu não tenho mais para onde ir
   - Eu estou indo para a fazenda da minha prima, me refugiar dos zumbis, você pode ficar conosco até essa pandemia passar, tem espaço para o seu cão, e muitos quartos
   - Acho que tudo bem
   Durante a caminhada eu e a Joannie conversamos muito, chegando à fazenda, fui apresentada à prima dela, Natasha, que por sua vez, foi muito simpática comigo. O Max começou a brincar com outros cachorros que tinham lá, aquele era um lugar onde, com certeza não haveriam ataques zumbis, por ter uma cerca elétrica enorme, acho que no final das contas, eu fiz o que meus pais queriam, encontrei um lugar onde estaria protegida de zumbis, e perto de pessoas que gostavam de mim

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